Defino envolvimento como uma relação de amor, onde você faz coisas pelo simples prazer de estar ali e poder viver aquele momento. Quando comecei a frequentar o terreiro, sentia-me como alguém que visita uma cidade nova e se encanta com tanta coisa diferente. As entidades me acolheram muito bem, deram-me liberdade para pesquisar, perguntar, questionar à vontade.
Quando comecei a me desenvolver, fui auxiliado sem preguiça pelas bondosas almas, sempre prontas a me esclarecer e orientar. Parecia um sonho! Eu finalmente encontrara a casa espiritual que a vida toda procurara... Eu trabalhava o dia todo e não via a hora de chegar ao terreiro, ansioso por saber o que aconteceria, como seriam os trabalhos, o meu desenvolvimento, o que sentiria essa semana? Com o tempo notei, contudo, que nem todos os médiuns pareciam sentir igual.
Muitos chegavam desanimados, reclamando, mostravam-se frustrados, apáticos. Alguns preferiam ficar do lado de fora batendo papo, mesmo a espiritualidade recomendando que entrássemos e nos concentrássemos... Ao fim dos trabalhos não queriam permanecer para o desenvolvimento dos médiuns novatos. Olhavam para o relógio o tempo todo.
Se algum chefe demonstrasse interesse em ficar mais um pouco para alguma conversa, mostravam-se contrafeitos, quando não pediam para sair no meio da conversa... Se planejávamos uma ação de caridade, apareciam meia dúzia de médiuns... Enfim, parece-me sumamente importante que você, como médium, não se preocupe apenas com o seu desenvolvimento, com o seu trabalho. Você é parte de uma engrenagem que faz parte de um mecanismo maior que é o terreiro.
Quanto mais você se envolver nas atividades do terreiro, melhor irá se sentir naquele local, isso facilitará, inclusive, a sua concentração e mostrará às entidades o quanto, de fato, você está empenhado em fazer o bem, o que pode mesmo acelerar o seu desenvolvimento mediúnico, já que eles ficam muito contentes quando desenvolvem médiuns que se encantam com a espiritualidade mesmo quando não estão incorporados...
Leonardo Montes
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