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Corrente mediúnica é o nome que se dá para a equipe de
encarnados reunida para a realização de um trabalho espiritual.
Corrente
O termo “corrente” é uma figura de linguagem que
exemplifica bem o processo de ligação mental e energética que ocorre entre os
membros de um trabalho espiritual.
Antes do início da gira, quando todos estão reunidos em
silêncio e na oração, a espiritualidade promove uma ligação energética entre os
membros da equipe, criando um verdadeiro cinturão energético (daí a importância
de não ficar saindo do Congá toda hora).
Se tivéssemos a capacidade de ver, veríamos um filamento
energético intenso e brilhante perpassando todos os presentes, ligando a todos,
delimitando um espaço energético (que outras correntes chamariam de espaço
mágico), onde toda e qualquer vibração negativa é expurgada, fazendo que com
todos os médiuns vibrem o mais intensamente possível (e daí a importância de
fazerem corretamente o resguardo).
Neste instante, a energia do terreiro se comporta como um organismo
vivo, pois se relaciona diretamente com a energia de cada pessoa da equipe
encarnada, buscando sempre estabilidade. Caso as vibrações estejam fracas, é
comum que a espiritualidade retire a energia de alguém que a possua em maior
quantidade para cedê-la a quem esteja mais enfraquecido, o que causa a sensação
de sonolência e os constantes bocejos.
Quando a corrente está estável, os médiuns estão prontos
para receberem seus respectivos guias.
Quebra de corrente
A quebra de corrente não ocorre apenas pelo fato de alguém
sair deste círculo energético, mas por não vibrar no diapasão adequado. Se
algum médium estiver doente, fraco, com pensamentos dispersos ou mesmo
negativos, este se tornará um elo fraco da corrente, fazendo que a estabilidade
energética necessária não ocorra, dificultando a incorporação de todos os
demais médiuns.
É também por esta razão que os espíritos empregam o termo
corrente, já que estão todos unidos e, por isso, influenciando-se mutuamente.
Assim, o médium que não cumpre o resguardo ou não consegue se elevar na oração
ou cultivar bons sentimentos na hora da gira, naturalmente se transforma em
elemento contrário ao trabalho, dificultando sobremaneira a incorporação, pois
será como um fio solto num circuito eletrônico, fora de sintonia, disfuncional,
problemático.
Por isso, os trabalhadores espirituais devem estar sempre
muito cientes de sua responsabilidade e se, por qualquer razão, não estiverem
aptos a contribuírem com a corrente, melhor seria se fossem apenas para tomar
passes e não para trabalhar, justamente, por que serão um elo fraco da corrente,
correndo mesmo o risco de absorverem algum resquício energético durante as
limpezas espirituais que poderão ser atraídos para si em virtude da baixa
vibração.
Pelo exposto, pode-se concluir que a corrente seja algo que
mereça toda nossa atenção.
Elevação da corrente
Uma das formas de elevar uma corrente fraca (e todo médium
sente quando a corrente está fraca) é cantando pontos. Quando se cantam os
pontos com fé, amor e devoção, eles se transformam em orações, pois afetam
profundamente nossas emoções, fazendo que nossos sentimentos se elevem, nossos
pensamentos se purifiquem e nossa energia vibre mais intensamente.
Contudo, fazer a corrente cantar é um verdadeiro desafio.
Muitos são tímidos, outros não compreendem o valor do canto e outros tantos são
apenas preguiçosos, balbuciando ao invés de cantar o ponto com sua alma em
alegria...
Durante a gira
Não basta, contudo, estabelecer a corrente, é preciso
mantê-la firme e forte. Assim, as condições iniciais, em tese, deveriam ser
mantidas até o fim. Porém, com correr do trabalho e cansaço das pessoas,
naturalmente a corrente se enfraquecerá.
É neste ponto que a colaboração do cambone será
tremendamente valiosa. Como já estudamos anteriormente, o cambone é o
assistente da entidade. Porém, ele não atua apenas fornecendo os itens de
trabalho, mas também sua energia.
O cambone, portanto, que foca sua atenção no atendimento ao
invés de manter-se disperso olhando o teto, contribuirá significativamente para
manutenção da corrente, pois quanto mais o tempo passa, mais o médium perde força em razão do transe mediúnico,
fazendo com que a entidade use muito de sua força para fortalecer o transe, diminuindo, portanto, a energia da corrente como um todo.
Assim, se o cambone ora, procura elevar seus pensamentos,
desejando o melhor para o consulente que está sendo atendido, sua energia flui
para a corrente, fortificando-a. É um sistema de autorregulação.
Consulência
Os consulentes também podem (e devem) contribuir para o
fortalecimento da corrente, principalmente com o silêncio e com a oração.
Contudo, conseguir isto também não é nada fácil.
Sempre antes de iniciar uma gira eu aviso que o silêncio e
a concentração são fundamentais, mas por vezes preciso me policiar quando estou
em outros terreiros e vejo uma consulência mal-educada conversando
descontraidamente como se estivessem num restaurante e não em um terreiro, até
para não atrapalhar a corrente com a minha raiva deste comportamento.
O silêncio na assistência é algo que as casas deveriam
pegar muito firme, pois os pensamentos dispersos geram energias diversas que
incidirão sobre a corrente, enfraquecendo-a. Agora, adivinha quem mais sente?
Justamente, a pessoa que for o elo fraco. Daí não ser incomum que esta pessoa
termine a gira passando mal...
Ao contrário, porém, quando a consulência é educada,
evitando conversar, focando sua atenção no trabalho, orando e vibrando
favoravelmente pelos médiuns, o trabalho ganha um aporte considerável de força,
o que causará menos desgaste aos médiuns e melhor qualidade na receptividade
mediúnica.
Como se vê, tudo tem fundamento na religião.
Até a próxima aula!
Leonardo Montes
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