TERCEIRA PARTE
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Mediunidade é uma
capacidade humana comum, presente em quase todas as pessoas e que possibilita
em algum grau receber a influência dos espíritos. Já o termo médium vem do
latim (medium) e significa intermediário, aquele que está no meio, logo, o
médium é alguém capaz de se comunicar com os espíritos.
Mediunidade, portanto,
refere-se à capacidade humana de receber influências espirituais, enquanto o
médium é alguém que, além da mediunidade comum, natural, presente em quase
todos, possui maiores possibilidades de trabalho, sendo capaz de estabelecer um
intercâmbio com os espíritos.
Assim, praticamente
todas as pessoas possuem mediunidade, mas nem todos têm a capacidade de se
tornarem médiuns.
Para compreender melhor
este processo, pense na associação com o canto: em via de regra o ser humano
fala (exceto os que possuem alguma limitação), todos podem cantar, mas raros
possuem afinação para ter seu canto apreciado e raríssimos os que conseguem
cantar de forma a impressionar a todos.
Com a mediunidade
ocorre o mesmo processo.
A maioria das pessoas
têm uma sensibilidade rudimentar, através da qual conseguem obter algum nível
de contato com os espíritos, como receber a influência do pensamento do seu
protetor espiritual, uma intuição ou mesmo algum pressentimento, o que ocorrerá
sempre de maneira aleatória e esporádica.
Já o médium, além
desses episódios aleatórios e esporádicos, conseguirá manter uma relação com os
espíritos de forma mais proximal, intensa, capaz de produzir trabalho,
especialmente, quando direciona seu potencial para a caridade e o bem.
E os missionários no
campo da mediunidade, os que possuem mediunato, são aqueles que reencarnaram
tendo a mediunidade como compromisso pontual de suas vidas e geralmente se
destacam por serem médiuns excepcionais e raros.
Ao longo da história
Em praticamente todos
os povos encontramos a figura do xamã, profeta, curandeiro, feiticeiro,
oráculo, pitonisa, enfim, cada povo nomeou as pessoas que conseguiam
estabelecer contato com os espíritos de uma determinada forma.
Pelo fato de
encontramos registros de médiuns e seus trabalhos em praticamente todos os
povos, podemos dizer, seguramente, que se trata de uma faculdade humana
natural, presente em alguns indivíduos e disseminada por todo o mundo, embora a
compreensão de sua fenomenologia se dê conforme as crenças de cada povo.
Sempre houveram médiuns
e eles sempre desempenharam um papel muito importante em suas comunidades,
razão pela qual se diz, sabiamente, que a mediunidade é um dom sagrado.
Os médiuns
A mediunidade é uma
capacidade humana natural, como é a de falar, ouvir, ver, correr, desenhar,
etc. Há alguns espíritos que desde cedo se dedicam, por exemplo, a música e
fazem de suas vozes ou de suas habilidades com um instrumento musical um
caminho para sua própria realização.
O mesmo ocorre com a
mediunidade: existem espíritos que há séculos trilham por este caminho, o
que explica as diferenças existentes entre as capacidades mediúnicas de cada um...
Não se pode esperar de alguém que tenha vindo pela primeira vez em tarefa
mediúnica o desempenho de um espírito que há centenas de anos lida com isso...
Assim, embora a
mediunidade seja uma faculdade humana exercitável como qualquer outra,
geralmente reencarnam com o propósito de atuarem como médiuns, espíritos que
possuem severas dívidas com o passado. Almas que muito erram em suas
encarnações passadas e que receberam da espiritualidade a oportunidade de fazer
o bem usando da faculdade que possuem para edificar algo de bom na Terra.
Neste processo, muitas
vezes, são auxiliados por espíritos superiores para que suas faculdades
mediúnicas sejam “desabrochadas” ou mesmo fortalecidas, já que a reencarnação
de cada espírito é cuidadosamente planejada, tendo em vista sempre o bom
cumprimento da tarefa.
É por esta razão que o
exercício mediúnico naqueles que de fato possuem esta possibilidade (e nem
todos reencarnam para serem médiuns), se torna obrigatório, muito embora
a tendência alarmante e cada vez mais comum, mesmo nos meios espiritualistas,
em colocar a mediunidade como algo opcional.
Ora, Deus por acaso
criou alguma coisa inútil na natureza? Quem tem pernas e saúde deve andar! Não
fosse assim, Deus não daria pernas a alguém.
O mesmo se dá em
relação ao potencial mediúnico.
Se alguém possui uma
mediunidade a ser desenvolvida, deve entender esta mediunidade como parte
essencial da sua vida, algo que jamais deveria se descuidar, fazendo o possível
para ingressar numa boa casa de fé para que seja bem orientado e possa,
realmente, fazer bom proveito da sua faculdade, sob pena de amargos
arrependimentos futuros, caso não cumpra seu dever...
Tipos de mediunidade
Existem vários tipos de
mediunidade, isto é, o intercâmbio entre os espíritos e o médium pode acontecer
de formas diferentes, variando tanto em intensidade quanto em forma.
Contudo, como nosso
curso é básico, comentarei somente a respeito das faculdades mais conhecidas:
Vidência – Ao contrário do que
muita gente pensa, o vidente não é aquele que enxerga o futuro, mas quem possui
a capacidade de ver os espíritos. Os médiuns videntes, conforme o grau da sua
faculdade, podem ver desde flashs e vultos a uma entidade em perfeita
conformidade, tal qual se estivesse vendo uma pessoa de carne e osso;
Audiência – Capacidade de ouvir
os espíritos. Conforme o grau desta mediunidade, o médium pode ouvir como
alguém que “tem a impressão de ouvir”, como uma voz interna que ressoa em sua
mente a ouvir com exatidão como se fosse uma voz humana comum que escutasse com
seus próprios ouvidos;
Incorporação – Esta mediunidade é o
carro-chefe da Umbanda e é a capacidade de ceder voluntariamente o corpo para
que um espírito se manifeste (falaremos mais dela no capítulo seguinte);
Psicografia – Capacidade que tem o
médium de receber o pensamento do espírito e traduzi-lo em uma escrita, registrando
em papel aquilo que o espírito lhe disse;
Cura – Capacidade que
permite ao médium fazer uso da sua energia (fluido vital ou ectoplasma),
acrescido da ação de um espírito, para que sua energia se transfira para outra
pessoa, ajudando-a a restabelecer-se fisicamente e mentalmente.
Existem vários outros
tipos de mediunidade, mas estas são os que mais despertam curiosidade nos
leigos. A maioria dos médiuns possui uma, quando muito, duas modalidades
diferentes de mediunidade.
Como saber se sou
médium?
Em geral, as pessoas
que possuem mediunidade a ser desenvolvida acabam percebendo isso por uma série
de sintomas e fatos estranhos que lhes acontecem durante a vida.
Se possuem a vidência,
por exemplo, passam a ver vultos ou a terem episódios esporádicos de percepção
de espíritos;
Se possuem a audiência,
em algum momento, começam a ouvir vozes;
Se possuem a
incorporação, podem sofrer tremores, descontrole corporal, etc.
Contudo, não existe um
conjunto sistemático de sintomas que alguém poderia apresentar para ser classificado
como médium e há mesmo pessoas que possuem um potencial mediúnico e que nunca
apresentaram sintoma algum.
Seja como for, o método
mais comum na Umbanda para verificar a mediunidade em alguém é conversar com
uma entidade.
Praticamente, qualquer
entidade atuando em um terreiro sério tem a capacidade de perceber quem é
médium e quem não é e, não raro, elas falam sobre isso com muita naturalidade,
de forma que não há como ter dúvida a este respeito.
Ou seja: visite um
terreiro, pergunte e você saberá.
Em geral, as pessoas
que possuem o compromisso da mediunidade recebem intuições, sonham, são
alertadas por amigos, vizinhos, pelas próprias entidades, caso visitem algum
terreiro, de modo que só não seguirão por este caminho se de fato não quiserem.
Religião
A mediunidade pode ser
exercida em vários contextos. A Umbanda e o Espiritismo são apenas dois caminhos
que facilitam a vida do médium, contudo, cada um deve escolher o caminho que
melhor lhe fale ao coração, de modo que sua mediunidade seja exercida sempre de
acordo com suas próprias preferências, para que venha a produzir o máximo
possível com o tempo que possui.
Caso a pessoa opte pela
Umbanda, certamente, encontrará um contexto rico em estímulo e aprendizagem,
onde encontrará a camaradagem daqueles que sabem mais e que lhe ensinarão a
trilhar esta gloriosa jornada, transformando sua mediunidade em ferramenta de
luz para aqueles que cruzarem seu caminho.
Até a próxima aula!
Leonardo Montes
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