DIÁRIO DE UM MÉDIUM INICIANTE - CAPÍTULO 9: GANHANDO CONFIANÇA

Como ganhei confiança em minha mediunidade

31 de outubro de 2015.

homem de blusa

Houve um trabalho especial, em cidade vizinha, onde compareceram mais de 200 pessoas para tomar passes e se consultar com os pretos-velhos. Somávamos em torno de 12 médiuns - dos quais mais da metade, inclusive eu -, era iniciante.

Nos trabalhos normais em nossa casa, cada médium incorporado atendia cerca de cinco pessoas por gira. Ali, a proporcionalidade era outra. Esperávamos algo na casa de vinte pessoas por médium, o que nos deixou muito aflitos, pois nunca tínhamos trabalhado com tantas pessoas.

Este foi, porém, um divisor de águas em minha vida mediúnica. 

Concentrei-me e incorporei, primeiramente, o Pai José do Congo, primeiro preto-velho com quem trabalhara. Ele atendeu algo em torno de 13 pessoas. Depois veio o Pai Arruda, que atendeu até o fim, totalizando, segundo o cambone que me auxiliava, 22 pessoas. Eu estava exausto, cansadíssimo e começava a perder a concentração no trabalho por isso.

Uma senhora se apresentou algo aflita, contou sua experiência amargurada. Entretanto, algo diferente aconteceu. Além da habitual voz do preto-velho que costumava ouvir no íntimo, eu passei a ouvir outra, bem diferente, pedindo para dizer-lhe que o tio dela, Antônio, estava ali e que ele sempre a ajudaria.

O medo tomou conta, travei a língua, nada queria dizer. A voz, no entanto, ressoava mais forte, mais impositiva, pedindo que dissesse sem receios. Depois de algum conflito mental, resolvi ceder, entregando nas mãos da espiritualidade. Pensava: e se ela não tiver nenhum tio chamado Antônio? Onde eu enfio a cara? Mas, bastava vir esse pensamento que sentia o preto-velho dizendo para confiar, para não segurar, para deixar fluir que daria tudo certo.

Calei meus pensamentos. O preto-velho redobrou esforços e falou sobre o Tio Antônio, dando, ainda, detalhes específicos do relacionamento dos dois. Para meu total espanto, ela se emocionou, disse que tinha muita afinidade com ele e que havia desencarnado há pouco mais de um ano.

A partir dessa experiência, onde finalmente consegui me entregar à manifestação, percebi uma grande mudança nas informações que circulavam por mim até o consulente. Todas as entidades com quem trabalho começaram a dar detalhes específicos que, antes, eu não permitia passar por medo de errar.

Leonardo Montes

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