POSTURA NA INTERNET

É preciso honrar "o branco" que se veste

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Certa vez, uma pessoa me mostrou um print de um comentário de um médium que conhecíamos no facebook. Era um comentário estarrecedor, do tipo que causa vergonha alheia em quem tenha um pingo de bom-senso. 

Logo depois, essa mesma pessoa que me enviou o print disse:

- Já pensou se alguém reconhece esse médium? Como fica a casa? E se alguém que já passou com os guias dele vir esse comentário?

Antes de dizer a vocês o que penso das perguntas que me foram feitas, gostaria de contar, brevemente, uma história.

Eu estava numa casa de artigos religiosos. Enquanto o vendedor atendia outra pessoa, percebi que um homem me encarava. Aquilo me deixou um pouco desconfortável, disfarcei, olhei para os lados e percebi que ele continuava me encarando.

Virei-me para ele, então e, como bom mineiro, falei: 

- Bão?

Ele me respondeu e disse: 

- Sr., posso te fazer uma pergunta?

Eu achando aquilo tudo estranhíssimo, respondi: 

- Sim.

- Você é o Leonardo Montes?

Naquele momento, levei um susto com uma pergunta tão inesperada. Quando confirmei, ele abriu um sorriso, estendeu a mão e disse que era "muito meu fã". Falou com entusiasmo das reflexões e eu fiquei sem reação (pois, sim, eu sou tímido...). 

Foi a primeira vez que alguém me reconhecia na rua pelo meu trabalho na internet e ali percebi, de forma bastante clara, o cuidado que temos que ter com nossa imagem, afinal, o homem me encarava tanto que já começava a imaginar que boa coisa não sairia dali...

Agora, imaginem se eu tivesse tratado este homem com hostilidade? Se eu tivesse dito, por exemplo, algo assim: tá olhando o quê, perdeu alguma coisa? Ou até mesmo algo mais desagradável... Que imagem eu passaria a alguém que, em suas próprias palavras, era "tão fã" do meu trabalho?

Assim, penso que a partir do momento em que alguém coloca "o branco" e associa seu nome ao de uma casa, a um canal, a uma página, a um blog, deixa de ser só mais um no mundo e passa a ter uma responsabilidade maior, podendo mesmo vir a ser interpelado por alguém quanto a isso.

Já pensou se, no exemplo inicial, a pessoa a quem o médium agrediu (pois o comentário feito na rede era uma agressão descabida), um dia viesse a passar com um dos seus guias? Já imaginou o médium se concentrando na gira e perceber que a pessoa que ele xingou esta ali na assistência esperando atendimento?

Infelizmente, porém, nem todos possuem esse zelo ou refletem sobre a responsabilidade que lhes cabe. Em casos assim, a única resposta satisfatória que consigo pensar se resume numa frase emblemática que certa vez ouvi do Velho: Deixa arder...

Há pessoas que só mesmo passando por constrangimentos é que acordam. A casa, em si, não tem nada com isso. A pessoa é médium de tal terreiro do portão para dentro, pois do portão pra fora, ela vive como quiser e colhe, igualmente, as consequências de suas próprias ações...

Mas, que fica feio... fica!

Leonardo Montes

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