Os médiuns inconscientes são tão raros que muitos pensam que estão extintos e definem-se por aqueles que não conservam qualquer lembrança após o transe mediúnico: tudo que as entidades fazem após a incorporação lhes é desconhecido.
Os semiconscientes são aqueles que se mantêm conscientes durante o trabalho, mas não exercem domínio sobre o próprio corpo, que age independentemente da sua vontade, sendo comum que suas lembranças se embaralhem ao final do transe.
Os conscientes - a maioria dos médiuns -, estão plenamente de posse do próprio corpo, veem tudo que acontece e recordam-se de tudo ao fim. Poderíamos dizer que trabalham em parceria com os espíritos.
Acredito que, no futuro, a literatura a respeito da incorporação necessitará rever algumas coisas. Por exemplo: de fato, existem esses três estados de consciência durante o transe mediúnico. Porém, percebi que, dentro de cada um desses estados existem níveis, variáveis. Um médium inconsciente, num trabalho, pode estar em algo semelhante a um sono profundo e em outro se encontrar como alguém que cochila. Em ambos os casos pode-se dizer que dorme, mas a profundidade do sono é bem diferente.
Outra situação: considera-se médium inconsciente o que não se recorda de nada durante o transe. Porém, consciência e memória, embora estejam ligadas, são funções mentais (ou cerebrais, para os mais materialistas), diferentes. Pode ser que um médium esteja inconsciente durante o transe e, ao final, ainda se recorde de algo? Penso que sim... Mas, deixemos isso para os estudiosos do futuro...
Voltemos à apreciação do meu caso pessoal.
Naturalmente, as pessoas tendem a dar maior credibilidade aos médiuns inconscientes, uma vez que, neles, os espíritos podem se manifestar com quase total liberdade, que só não é absoluta, pois sempre há influência da mentalidade do encarnado na manifestação.
Como todo médium iniciante, eu desejava, também, perder a consciência. Inicialmente, o médium luta muito contra a dúvida. Perguntas, como: estou mesmo incorporado? Sou eu ou é o guia? São muito comuns. Costumo dizer, entretanto, que as dúvidas também evoluem e, ao longo de algum tempo, essas dúvidas passarão para algo, tipo: interpretei corretamente o que o espírito queria dizer?
Como médium consciente, tive que aprender a controlar os meus pensamentos e aquietar a mente, calá-la para que outro pudesse falar. Quanto mais me concentrava e menos pensava em coisas diversas, mais forte e firme era a manifestação. Isso sem dúvida não é fácil. Por vezes me sentia extremamente perdido em meus próprios pensamentos e nos das entidades que sentia como sutis intuições do que e como dizer/fazer as coisas.
Conforme os trabalhos iam ocorrendo, porém, e percebia um feedback positivo da consulência, minha confiança aumentava e sentia que, mais livremente, o guia podia atuar.
Gradativamente, compreendi que a consciência não é um obstáculo à manifestação mediúnica e que, ao contrário do médium inconsciente que nada levava consigo após a gira, eu aprendera muito com os conselhos dos guias e com a experiência de vida dos sofredores que buscavam ajuda espiritual.
É preciso recordar, ainda, que não importa se o médium é consciente ou não. A capacidade de atuação de um guia não se limita à consciência do médium. Ainda que o espírito não consiga expressar tudo quanto gostaria verbalmente através de um médium consciente, nem por isso deixa de dar o seu recado e nem por isso seu passe tem menos eficácia.
O trabalho se inicia no momento da gira, mas quase sempre se prolonga por vários dias, semanas, meses, totalmente independente do primeiro contato que se deu através do médium...
Leonardo Montes
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