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Existe uma “mística” que roda em algumas
conversas de Umbanda que diz: terreiro sério, firme, fundamentado, “de axé”,
não sofre as adversidades do mundo... Não sofre assalto, não sofre ataque, não
sofre depredação, etc.
Mas, será que isso é verdade?
Enquanto pensava sobre este tema, lembrei-me de
uma passagem dos Atos dos Apóstolos:
"E Saulo havia aprovado a morte de
Estêvão. Naquele dia, rompeu uma grande perseguição contra a comunidade de
Jerusalém. Todos se dispersaram pelas regiões da Judeia e de Samaria, com
exceção dos apóstolos."
E:
"Saulo,
porém, devastava a Igreja. Entrando pelas casas, arrancava delas homens e
mulheres e os entregava à prisão."
A
igreja, àquele tempo, era uma comunidade de cristãos, vivendo em uma espécie de
vila.
As
primeiras perseguições vieram dos próprios judeus, comandados por Saulo (que
ainda não havia se tornado Paulo).
Os
soldados invadiam as casas, prendiam as pessoas, dentro das comunidades fundadas
pelos APÓSTOLOS, que também sofreram com a perseguição...
Nos
anos que se seguiram, os cristãos sofreram com perseguições do sinédrio e,
posteriormente, de Roma. Pessoas eram presas, torturadas, mortas. Igrejas
destruídas, comunidades arrasadas...
Nas
décadas seguintes:
Paulo foi degolado em Roma; Pedro crucificado de cabeça para baixo; Bartolomeu foi esfolado vivo; Filipe foi enforcado; Mateus assassinado, etc.
Ou
seja:
Partindo
de Jesus, o maior espírito que já esteve na Terra, quase todos os apóstolos
tiveram suas vidas arrasadas e mortes violentas, suas comunidades foram perseguidas
por séculos (os cristãos de hoje que não lembram sequer a poeira dos cristãos
primitivos, deveriam se lembrar deste fato antes de serem intolerantes para com
outras religiões), praticamente todos tiveram suas vidas arruinadas em nome de
um ideal: o evangelho!
Diante
de tudo isso, pergunto: você acha mesmo que um terreiro não pode ser assaltado?
Que um terreiro não pode ser invadido e depredado? Que isso é falta de “axé”?
Estamos
num mundo de provas e expiações e sujeitos, portanto, a toda sorte de males que
assola este mundo. Não temos nada de diferente e fazemos mil vezes menos,
dedicamos mil vezes menos, do que fizeram e dedicaram os primeiros cristãos...
Assim,
afirmo sem medo de errar: não temos privilégio algum!
É
certo que temos assistência espiritual. Assistência essa que nos livra de mil
males e que nem nos damos conta...
Contudo,
não nos iludamos: se estiver em nosso caminho, pessoal ou coletivo, atravessar
quaisquer das provações sujeitas à humanidade, tenha o tamanho que tiver, a
quantidade de membros que couber, os terreiros – como quaisquer instituições –
também são chamados ao testemunho de fé, pelas provações inerentes à humanidade!
Leonardo
Montes
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