DESEJO DE MORTE (CASO REAL)

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O desejo de escapar da vida pelas portas do suicídio é muito triste e parece ser cada vez mais comum.

José contava com 65 anos de idade quando começou a alimentar, em seu íntimo, um desejo tenebroso: o suicídio.

Tivera uma vida tão comum quanto qualquer outra.

Trabalhara, casara, tivera filhos, ficara viúvo, sentia-se sozinho. Após os 60 de idade, uma série de doenças apareceram: a diabetes se agravou, a pressão descontrolou-se, problemas urinários, dificuldade para andar, para enxergar, etc.

Em pouco tempo, sentiu o peso da idade sobre o corpo que já não mais respondia tão bem quanto antes. Para completar, uma severa pneumonia o deixara internado por quase duas semanas e mais duas em casa, em repouso absoluto.

Quando visitado por amigos e familiares, o que era mais ou menos raro, dizia estar cansado e que desejava a morte. Dizia mais: iria se matar! Pois havia escondido no telhado de casa uma espingarda e faria uso dela para aliviar a dor que a vida lhe impusera.

Os familiares não levaram a sério as ameaças, até mesmo em razão das dificuldades para se locomover impossibilitando-o de subir ao telhado. Além do mais, em tantos anos de convivência, nunca ninguém soube da tal espingarda.

Acharam que era simples drama de um velho doente e solitário que não sabia fazer mais do que reclamar.

Estavam errados!

Os pensamentos de José nos dias decisivos se fixaram no desejo da morte. Isso atraiu um bando de arruaceiros desencarnados que queriam apenas ver o “circo pegar fogo”.

Em pouco tempo, a casa do velhinho, antes vazia, estava cheia. Em torno de seis entidades o assessoravam o tempo todo, alimentando nele o desejo do suicídio continuamente.

Com tanto estímulo mental e fluídico, José foi recobrando as forças aos poucos. Ensaiou alguns passos, tentou pegar uma escada, sem sucesso.

Redobrado esforço das entidades.

Após algumas semanas, numa terça-feira de verão, conseguiu se levantar da cama, indo até o quintal. Pegou uma escada, subiu no telhado e retirou uma velha garrucha que estava escondida próxima a caixa d’água.

Desceu, entrou em casa, trancou todas as portas e janelas, ligou o aparelho de som no último volume, sentou-se numa cadeira em frente a um espelho, mirou cuidadosamente no coração e disparou.

Dois dias depois os familiares encontraram seu corpo.

*

Três meses depois, numa reunião de desobsessão, manifestou-se José, causando imensa angústia na médium que o recebia.

Apresentava-se desesperado, gritando, enlouquecido... Pedia perdão!

Soubemos, posteriormente, pela espiritualidade, que ele viveria apenas mais três meses na Terra. O alívio das suas dores e angústias chegaria em breve pelo desencarne natural que foi, no entanto, antecipado de forma imprudente pelo suicídio.

Leonardo Montes

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