RELACIONAMENTO ENTRE PESSOAS DO MESMO TERREIRO

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Com frequência, as entidades dizem que, dentro de uma corrente, somos todos irmãos. Dizem isso como um incentivo ao desenvolvimento da fraternidade entre as pessoas e não como uma leitura literal de irmandade.

Assim, uma pessoa pode se relacionar afetivamente com outra da mesma casa desde que:

1.    Estejam livres e desimpedidas para isso (a traição é sempre um erro e a lei do retorno sempre corrige os aventureiros);

2.    Saibam se respeitar dentro e fora do terreiro;

3.    Saibam separar a vida pessoal do trabalho no terreiro;

4.    Entendam a diferença entre relação afetiva e promiscuidade.

As entidades sempre me ensinaram que o amor é sublime, benéfico, positivo em todas as circunstâncias, desde que seja vivido de forma saudável, feliz, produtiva, para todos os envolvidos.

Os terreiros possuem muitas famílias: desde as que já existiam antes da casa, às que se formarão a partir dela. Assim, é belo quando vemos duas pessoas que se conheceram no terreiro, resolveram namorar, com o tempo noivaram, casaram e trouxeram filhos ao mundo que também frequentam a casa: isso é magnífico!

Contudo, nem tudo são flores!

Muitos dirigentes acabam proibindo os relacionamentos entre pessoas da mesma casa por uma simples razão: quando o relacionamento não dá certo, a bomba estoura no terreiro!

Entre inúmeros exemplos, citarei apenas um, cujas ilações serão suficientes para se estabelecer todas as demais comparações para todos os casos.

Imaginemos, por exemplo, que um médium e uma cambone da casa se apaixonem e resolvam namorar. Tudo vai muito bem. Depois de um ano, a cambone descobre que o médium a estava traindo e coloca fim ao namoro.

Existe uma grande chance dessa cambone, ferida, não querer mais ficar perto do referido médium no terreiro. Quando as entidades deste chegam, ela não quer pedir benção. Tomar passe com as entidades? Ouvir conselhos delas? Jamais!

Contudo, foi a entidade que a traiu? Ela estava namorando com a entidade?

Da mesma forma, existe uma grande change do médium, querendo se justificar, acabar "forçando a barra", colocando palavras na boca da entidade para de alguma forma favorecer o seu caso e a coisa vai se complicando cada vez mais...

Nós temos dificuldade em separar as coisas, os papéis e os ambientes. Aquele relacionamento feliz no começo foi por água abaixo, contudo, o respeito para com as entidades do médium deve ser o mesmo, afinal, elas não têm nada a ver com a vida pessoal dele (as entidades são guias, não babás) e não podem ser responsabilizadas pelo erro que o médium cometeu. De igual forma, o médium jamais deve prevalecer da sua condição de médium para "usar as entidades" em seu problema pessoal...

Isso sem contar os casos em que a pessoa traída simplesmente joga no ventilador do terreiro todas as decepções com o ex. Neste caso, não apenas ela, mas várias pessoas que lhe são simpáticas começarão a olhar o referido médium com desdenho... Pronto, ninguém mais confia nele!

A casa começar a ter rachaduras, fofocas, picuinhas, a corrente se enfraquece...

É por situações assim que muitos dirigentes proíbem os relacionamentos dentro do terreiro, pois na hora de começar um relacionamento é só alegria, mas depois que termina, é só dor de cabeça no terreiro!

Se, contudo, a pessoa for madura o suficiente para separar as situações, o meu conselho é: seja feliz!

Leonardo Montes


Comentários

(1)
  1. Excelente abordagem. Já pude ver todos os exemplos citados. Parabéns Léo.

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