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O fato de termos, a
disposição, uma série de escolas, oferecendo uma vasta gama de cursos, que
necessitam apenas do nosso dinheiro e interesse para serem cursados, oferecendo
a todos a possibilidade de aprenderem sobre o que quiserem, leva muitas pessoas
a pensar que o mesmo valha para as atividades religiosas, isto é, que basta
querer para de fato ser.
Contudo, não é bem assim!
As pessoas que desempenham um
papel de direção nas atividades de um terreiro, quase sempre, chegam a estas posições
à contragosto. Isto é, se fosse apenas por critério da própria vontade,
provavelmente permaneceriam apenas como auxiliares diretos, dedicados, mas sem
desejo de assumir qualquer papel de destaque.
Aliás, tenho dito, há bastante
tempo, que a glória atribuída aos dirigentes religiosos é mais fictícia do que
factual, existe mais na mente das pessoas do que no dia-a-dia de terreiro.
Ser dirigente é ser alguém
100% disponível.
Alguém que não pode se dar ao
luxo de não ir ao terreiro por “não estar bem”, como um soldado, sempre à
disposição do comando (espiritualidade), nunca sabendo quando será convocado a
guerra (trabalho) e, por isso, precisa estar sempre vigilante.
Não deixa de ser gente, não
deixa de ter defeitos e certamente não deixa de errar em sua trajetória.
Contudo, sua consciência é como uma espada afiada, sempre disposta a feri-lo,
caso se afaste do caminho reto...
Além do mais, é preciso
recordar que os maiores problemas de um terreiro não surgem pelos vizinhos, pelos
consulentes, pelos obsessores ou pelas trevas, mas pelos próprios filhos da
casa que, não raro, acabam se envolvendo em disputas, picuinhas, fofocas e todo
tipo de comportamento nocivo capaz de desestruturar uma casa e, no meio disso
tudo, o dirigente precisa se manter firme para levar o trabalho adiante sem deixar
“a peteca cair”.
É por esta razão que os
dirigentes não o são por vontade própria, mas por atribuição da
espiritualidade, pois ao assumirem esta função (que, diga-se, não é nenhum
privilégio, antes, uma provação), eles se responsabilizam pela condução
religiosa e mediúnica de várias pessoas, assumindo plena responsabilidade por
qualquer falta neste sentido.
São preparados para isso antes
da encarnação, necessitando apenas de bases sólidas, quando aqui chegam, para levarem
adiante o compromisso anteriormente assumido, o que exigirá esforço, disciplina
e boa-vontade.
Assim, digo aos afoitos: não
peça uma prova maior do que a que você já possui. Se estiver em seus caminhos a
direção de um terreiro, cedo ou tarde, as entidades te informarão sobre isso e,
neste caso, darão início ao processo de aprendizado necessário a uma vida de
renúncia e resignação, que é o que aguarda o dirigente de um terreiro.
Aqueles que teimam e abrem os
próprios terreiros sem este tipo de compromisso espiritual, encontrarão um
caminho de dor e sofrimento: serão cegos, conduzindo cegos.
Leonardo Montes
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