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Dando continuidade a nossa série, abordarei
hoje o problema do resguardo que, embora seja pertinente ao período anterior ao
terreiro, reflete-se nele as suas consequências.
Praticamente, uma das primeiras coisas que os médiuns
novatos aprendem é sobre o resguardo, suas razões e efeitos. Ainda assim,
contudo, boa parte dos médiuns sentem dificuldade em cumpri-lo, seja por que se
acham acima de suas razões ou mesmo imune às suas consequências ou por que
simplesmente ainda não estão maduros o suficiente para cumprirem uma
determinação espiritual sem que alguém esteja dependurado em suas orelhas
falando o tempo todo sobre isso...
Seja como for, todo médium sério compreende a
razão do resguardo, suas implicações e consequências e procura sempre o seguir
à risca ou tanto quanto lhe seja possível, conforme a ocasião.
Ao contrário do que se pensa, porém, a falta do
resguardo não impedirá a incorporação, apenas permitirá que ela se dê de forma
insatisfatória, dificultando o domínio da entidade sobre o corpo do médium e,
por consequência, dificultando a comunicação.
É preciso recordar, ainda, que lidamos com vidas
em um terreiro e que muitos consulentes levam seriamente aquilo que as
entidades dizem e seria um pena se, por falta de resguardo e, portanto, devido a
uma “conexão deficitária”, saísse pela boca do médium um “sim” quando a
entidade quisesse dizer um “não”.
Tente imaginar as consequências disso e tenha
esta certeza: a culpa recairá sobre o médium que, cedo ou tarde, enfrentará as
consequências de seus atos (ou da falta deles) e responderá perante a
espiritualidade por toda negligência que houver operado em suas tarefas
mediúnicas: nada fica impune!
No que se refere ao dirigente, é muito
importante que entenda muito bem a diferença entre orientar e controlar,
pois esta diferença delimita claramente o seu papel: cabe-lhe orientar,
explicar, demonstrar, exemplificar, dirimir dúvidas sobre os princípios
fundamentais da religião, entre eles, o resguardo. Contudo, não cabe ao
dirigente controlar ou fiscalizar os médiuns para saber se estão ou não
cumprindo com o mesmo: isso é da alçada da consciência de cada um!
Nunca devemos esquecer que médium é responsável
pela própria vida, assim como sobre seu próprio corpo e, inclusive, sobre a
própria mediunidade. Se o médium decide não fazer o resguardo ou fazê-lo como
se diz aqui no interior “nas coxas”, isto é um problema exclusivamente dele e
embora seja uma irresponsabilidade que afetará não apenas ele, como toda a
corrente, é preciso deixar que cada um trilhe o caminho escolhido.
O médium que tende a não seguir corretamente o
resguardo fica sempre em dúvida sobre a própria mediunidade ou termina a gira
com dor de cabeça, com ânsia de vômito, sentindo uma estranha angústia, enfim,
ele mesmo colhe o que planta, sofrendo as consequências dos seus atos: é a lei
de causa e efeito...
Lidar com energias e, principalmente, com a
energia suja das pessoas não é tarefa fácil e se torna assaz penosa quando o
médium é rebelde o suficiente para não se preparar convenientemente.
Leonardo Montes
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