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A “linha dos exus” é
composta por espíritos que, na Terra, pertenceram as mais diversas etnias e
estratos sociais. A característica comum desta linha é que, enquanto homens
(pois é uma linha exclusivamente masculina, ao contrário das outras), todos são
espíritos de natureza inferior (se comparados a um preto-velho ou a um caboclo,
por exemplo), alguns com severas dívidas adquiridas no passado e que receberam da
espiritualidade a oportunidade de auxiliar para o bem.
Espíritos inferiores
Os termos “inferiores”
e “superiores” causam arrepios em muitas pessoas, mas não incomodam essas
entidades. Elas mesmas, com frequência, dizem que são, ainda, espíritos de
natureza inferior, presas ao passado, não raro, com uma série de elos negativos
que procuram, agora, desfazer.
Contudo, é preciso
entender que essa “inferioridade” é relativa, comparativa: eles são inferiores
se comparados às entidades da direita, por exemplo. Portanto, não há demérito
ou qualquer ligação com a prática do mal, pelo contrário: são espíritos
que já cansaram de permanecer no mal, no erro, no engano, por isso desejam crescer
e por isso atuam como exus.
A maioria se encontra
em um nível evolutivo muito semelhante ao do homem comum. Por isso, são as entidades
mais próximas da matéria e por isso atuam na esquerda, conforme já estudamos
anteriormente.
Campo de atuação
No mundo espiritual, o
sistema de verificação de nossas capacidades para o trabalho é muito mais
eficiente que na Terra. Assim, cada espírito recebe como trabalho a medida
exata do que precisa para evoluir.
Como são espíritos
inferiores, o trabalho reservado a eles é de natureza mais grosseira, penosa,
exaustiva. São responsáveis pela segurança espiritual do médium e do terreiro.
Portanto, atuam
protegendo o médium do ataque das trevas (isto é, dos espíritos que ainda militam
no mal), das formas-pensamento destrutivas, das vibrações malignas e tudo o
mais quanto vise prejudicar o trabalho espiritual.
É por esta razão que se
chamam estas entidades de “guardiões”, pois seu papel é, em essência, como o de
um policial, em ronda pela cidade, procurando proteger seus cidadãos.
Adereços
Alguns exus pedem
adereços como: capa, cartola, bengala, uma guia personalizada, etc.
Elementos
Trabalham frequentemente
com bebidas alcoólicas fortes, como uísque, pinga (marafo), conhaque, etc. E
também com fumo em forma de charuto.
Estereótipo
Esta é uma linha muito difícil
de ser estereotipada, pois como são espíritos que viveram entre todos os povos
e em todos os estratos sociais, existem exus com os mais variados
comportamentos: alguns são calmos, outros são bravos, alguns são
disciplinadores, outros são brincalhões, enfim, a mesma variedade
comportamental humana comum.
Alguns se apresentam
muito bem vestidos, enquanto outros se mostram com roupas tão comuns quanto as
nossas próprias, não há padrão neste sentido, embora a tendência, fantasiosa,
de pintá-los sempre como galãs de capa e cartola...
Falam, quase sempre, de
maneira muito sincera e sem rodeios. A maioria dos exus aborda os assuntos mais
delicados com uma frieza capaz de fazer corar os mais sensíveis. Por esta
razão, muitos disputam a possibilidade de conversar com um, enquanto outros
fogem o quanto podem.
A linguagem empregada
por eles é muito semelhante a linguagem humana comum, variando muitas vezes
entre o chulo e o rude, podendo mesmo impressionar, tanto pela sinceridade,
quanto pela aspereza, quem não esteja familiarizado com estas entidades (esta é uma das razões pelas quais não fazemos giras abertas com eles).
É preciso recordar, entretanto,
que como entidades que atuam para o bem, um exu nunca fala com o propósito
de ofender ou humilhar, mas como quem toca na ferida, para mostrar o machucado
e posteriormente nos auxiliar na recuperação...
Conclusão
Temidos, mal
compreendidos ou fantasiados, os exus chegaram na Umbanda a partir da década de
1940 e, desde então, ganharam cada vez mais espaço, consolidando seu trabalho,
defendendo seus médiuns e ajudando os terreiros a continuar de portas abertas.
A Umbanda é uma das
poucas correntes espirituais que abre espaço para essas entidades atuarem. A
maioria quer apenas atuar com os espíritos evoluídos, com os “seres
de luz”.
Contudo, desde que
queira sinceramente servir, ajudar, crescer, evoluir e fazer o bem, como
ensinou o Caboclo das Sete Encruzilhada, a ninguém viraremos as costas e é por
isto que existe a linha dos exus na Umbanda.
Até a próxima aula!
Leonardo Montes
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