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Se existem terreiros que não
fazem uso do fumo ou da bebida (e existem), eu nunca ouvi falar de um que não
fizesse uso de ervas, de tal forma que quase sempre se associa um trabalho de
terreiro com a presença de plantas com poderes medicinais e energéticos.
Aplicações medicinais
A maioria das entidades que
atendem nos terreiros (como caboclos e pretos-velhos), viveram na Terra muitos
anos antes do nosso nascimento, boa parte delas, antes da industrialização,
razão pela qual eram obrigadas, por imposição da própria vida, a conhecer os
mistérios das raízes e das folhas.
Desencarnadas, aprenderam
ainda mais profundamente sobre isso no mundo espiritual, onde todo conhecimento
é mais profundo, e retornaram nos terreiros para auxiliar, não apenas com seus
conselhos e orientações, mas também com seus conhecimentos sobre as ervas,
tanto a nível medicinal quanto energético.
É assim que frequentemente
elas indicam fazer um chá com esta ou aquela erva, uma compressa com tal
combinação de ervas e – mais espantoso ainda – é observar que geralmente os
resultados são obtidos muito rapidamente, se o consulente seguir a prescrição
adequadamente, claro.
Não foram poucas as vezes em
que as entidades me recomendaram fazer sucos, chás, unguentos, comer essa
fruta, aquela verdura, etc. Com olhar clínico, elas conseguem rapidamente saber
o que necessitamos a nível orgânico e quais os tratamentos adequados para
solucionarmos tal problema.
Aplicações energéticas
As aplicações energéticas das
ervas na Umbanda são basicamente três: defumações, banhos e passes.
Nas defumações, procura-se
extrair a energia da erva através da queima da mesma. Assim, conforme a fumaça
é liberada, junto dela, vai toda a energia daquela erva que é direcionada pelas
entidades que normalmente auxiliam na defumação, para que o objetivo seja
atingindo.
Nos banhos, procura-se extrair
a energia da erva através do “sangue verde”, isto é, o sumo da erva, que quando
preparado corretamente, é capaz de realizar uma verdadeira limpeza/energização no
corpo da pessoa.
Nos passes, é comum que as
entidades segurem as ervas nas mãos, entre os dedos ou mesmo passando-as pelo corpo
do consulente, extraindo a energia da erva e misturando-a a sua própria força
espiritual, formando um extrato energético que agirá diretamente no campo energético
do consulente, limpando ou energizando.
Existem ainda outros usos e
aplicações como sabões, perfumes, etc.
Efeitos
No que se refere à parte
medicinal, o componente mais importante é o aspecto fitoterápico da erva,
agindo diretamente no organismo da pessoa, restabelecendo o equilíbrio
necessário.
No aspecto energético, a
energia das plantas é o componente mais importante, pois agirá diretamente no
campo espiritual da pessoa, sendo capaz de influenciar diretamente os fluxos
energéticos do seu corpo, trazendo-lhe mais harmonia e paz espiritual.
As entidades sempre me
ensinaram sobre as ervas, basicamente, em dois grandes eixos: saúde física e
saúde espiritual. Assim, embora seja comum ler textos na internet que falam da
aplicação das ervas para efeitos como o de “atrair sorte”, “prosperidade”, “o
amor da sua vida”, considero que tais conceitos não possuem o menor fundamento
prático.
Combinações
As ervas podem ser utilizadas
isoladamente ou em combinações para fins específicos, contudo, isso requer
estudo e prática. É fato que as entidades sabem o potencial de cada erva,
porém, é imprescindível que o médium estude, até mesmo para fornecer material
mental para que a entidade possa atuar através de si.
Exemplo real:
Certa vez, uma entidade queria
recomendar a um consulente o uso de Pinhão Roxo. Entretanto, eu não
conhecia a planta. Assim, vinham na minha cabeça: Pinha, Pinhal, Pinheiro,
Roxo, etc.
Como eu não tinha conhecimento
prévio desta planta, a entidade não conseguia reproduzir com fidelidade aquilo
que gostaria de dizer (estudaremos mais sobre este processo no futuro).
Portanto, é fundamental que o
médium estude sobre as ervas, a fim de aumentar seu cabedal de conhecimentos e,
portanto, o leque de informações que disponibilizará a entidade que atuará
através de si.
Antes de encerrar este tópico,
convém esclarecer que cada pessoa possui uma determinada energia que reage
melhor com determinada erva. Assim, não existem receitas universais: um
tratamento que pode ser excelente para mim, pode não ser para você. Um banho
que me pareça fantástico, pode não causar efeito algum em outra pessoa.
Além do mais, as plantas podem
ser prejudiciais dependendo da condição de cada indivíduo. Por exemplo: existem plantas
tóxicas, capazes de produzir efeitos muito indesejáveis...
Por esta razão, quanto maior o
conhecimento sobre as ervas, maior será o leque de opções com as quais as
entidades poderão trabalhar para atender os consulentes.
Uso e abuso
As ervas são um poderoso
recurso para o equilíbrio da nossa saúde e todos podemos nos beneficiar de seus
efeitos. Contudo, é preciso usá-las com sabedoria, evitando abusos.
Exemplo:
Banho com arruda, geralmente,
é indicado para casos de limpeza profunda. Se a pessoa estiver muito carregada
e fizer este banho, é provável que acordará no outro dia completamente
renovada, descansada, pois deve dormir como uma pedra.
Mas, se a pessoa fizer este banho
rotineiramente o que acontecerá?
Ela ficará fraca!
A energia das plantas é uma
“força cega”, digamos assim. No caso da arruda, serve para limpar e toda vez
que usada corretamente, provocará uma limpeza. Mas, se a pessoa já estiver
energeticamente limpa, ela afetará também as boas energias do corpo, causando
desgaste que, a longo prazo, pode mesmo provocar efeitos desastrosos para a
saúde física e espiritual de alguém.
Os guias sempre me ensinaram
que (exceto o banho no dia da gira), todos os demais banhos devem ser feitos
apenas e tão somente em caso de necessidade, pois as energias das ervas são
como quaisquer outros medicamentos: devemos toma-los quando necessitarmos, não
todo dia, toda hora.
Não é raro conversar com
pessoas que me pedem indicação de um banho para as segundas-feiras, outro para
terças e assim sucessivamente. Isso é totalmente desnecessário, sendo bem
provável que faça mais mal do que bem.
É preciso lembrar que nosso
corpo é uma máquina maravilhosa e que tende sempre ao equilíbrio se cuidarmos
dele por dentro e por fora. Assim, as ervas são um recurso, mas não devem ser a
fonte de nossa saúde, o que, aliás, é tarefa essencialmente nossa, através de
hábitos saudáveis.
Banho na cabeça?
Este é um assunto que gera
muitas dúvidas: pode jogar um banho na cabeça? A resposta é: depende!
No topo da nossa cabeça existe
o chakra coronário, responsável por emitir e receber as energias de ordem
espiritual. É o que os guias chamam de “coroa mediúnica”. Um centro poderoso de
irradiações espirituais.
Por esta razão, muitas pessoas
temem jogar qualquer tipo de banho de ervas na cabeça (embora não se preocupam
em jogar shampoo, condicionador, creme para pentear, etc.), temendo alguma
reação negativa. Para resolver esta questão, basta conhecermos bem os efeitos
energéticos de cada erva para sabermos se convém que seja jogada na cabeça ou
não.
De modo geral, as chamadas
“ervas quentes”, isto é, plantas que possuem uma energia muito forte para
limpeza ou que podem causar reações alérgicas, só são usadas na cabeça de
quando em quando, pois podem causar desgaste energético que seria mais
prejudicial do que a “sujeira” que se quer limpar.
Outras ervas, usadas mais para
equilíbrio e energização, geralmente podem ser usadas na cabeça sem maiores
problemas. Percebe? Tudo depende!
Além do mais, é bom repetir
mais uma vez: não existem receitas universais. Uma erva boa para um, pode não ser
para outro. O mais adequado é que todos os interessados estudem, façam suas
combinações e vejam o que se adéqua melhor para si, evitando passar receitas
para outras pessoas, justamente, por não saber se será bom para elas.
Na dúvida, peça que se consultem
com uma entidade que, tendo maior poder de observação, poderá com facilidade
indicar a erva adequada a cada caso.
Até a próxima aula!
Leonardo Montes
Maravilha. Grata por compartilhar seus conhecimentos.
ResponderExcluirFico feliz em saber que tenha gostado.
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