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A mediunidade, para a maioria
das pessoas, constitui-se do que se convencionou chamar de mediunidade de prova, ou seja, surge na vida de alguém como meio
para quitar antigos débitos com o passado.
Por esta razão, não há
mistério algum em dizer que a maioria dos médiuns são espíritos ainda
inferiores, portadores de chagas morais desoladoras.
A Misericórdia Divina,
infinita, permite venhamos à Terra em tarefa de trabalho espiritual como medida
saneadora de nossas próprias imperfeições à medida que pagamos o mal com o bem.
Se os médiuns são, na maioria
das vezes, espíritos inferiores, com pesadas dívidas com o passado, se
comportarão santamente na Terra? Serão exemplos de virtudes? Certamente, a
maioria não...
A imensa maioria lutará dia e
noite contra suas sombras interiores, contra os arrastamentos que existem
dentro de si, esfomeados, buscando apenas uma brecha para fazer ressurgir o
homem velho que estava trancafiado, porém, não morto...
Por esta razão, é preciso ter
muito cuidado para não confundir a pessoa (médium) com o exercício da
mediunidade e não pensar, por exemplo, que o médium daquela entidade que você
tanto gosta de conversar seja tão evoluído quanto a entidade que por ele se
manifesta.
Embora seja dever do médium se
esforçar em viver tudo aquilo que as entidades falam por sua boca, a realidade
é que, não raro, a personalidade dele e da entidade destoam tanto que os
consulentes menos avisados chegam a se assustar quando o conhecem mais de perto.
É preciso lembrar que a
potencialidade mediúnica não guarda relação com a moral e que um médium muito
bom não necessariamente é uma pessoa muito boa. Apenas o exercício mediúnico –
e seus frutos - é que revelam o quanto o médium está ou não compromissado com a
moral e o quanto sua faculdade será capaz de render.
Por esta razão, devemos ter
prevenções em relação à bajulação em torno de algum médium e muito menos tolerância
em relação à idolatria. Se eu mesmo, que não sou nada, já fui chamado várias
vezes de mestre, imagina com que lisonja não são tratados alguns médiuns,
especialmente se portadores de faculdade mediúnicas expressivas?
Conta-se que a esposa de
Peixotinho (que foi um dos maiores médiuns de efeitos físicos da história),
certa feita surpreendeu uma pessoa admirada com as faculdades mediúnicas do seu
marido, dizendo:
- Peixotinho, você é o maior
médium do Brasil!
Foi então que ela disse:
- O senhor se engana... Ele é
o maior médium do mundo! Agora, falta só pendurar uma placa no pescoço dele e
aguardar até que tombe... O que ele é na verdade, meu senhor, é um espírito
muito endividado e que foi amparado pela bondade Divina com essa tarefa
mediúnica.
É preciso cortar o mal pela
raiz!
Entre as chagas mais comuns
dos médiuns está a vaidade e quando o médium é vaidoso, não faltarão entidades
infelizes que soprarão isso em seus ouvidos ao mesmo tempo em que instigarão
nos consulentes, especialmente os que possuem baixa autoestima e excessiva
carência, o ímpeto da bajulação e, não raro, o médium vaidoso estará sempre
cercado de bajuladores!
Quando o médium erra, os
bajuladores se afastam. Os admiradores viram as costas. A língua ferina não
tarda em chicotear e o médium se revolta, sentindo-se vítima de ingratidão...
Por esta razão, advirto:
- Médium, não se sinta
superior aos demais por conta da faculdade mediúnica que você possui, pois
bastaria um sopro Divino para tirá-la. Não deixe os bajuladores transferirem
para você as afeições e gratidões que são direcionadas às suas entidades.
Sinta-se feliz e honrado pelo trabalho que o Alto lhe confiou, mas redobre seus
cuidados em relação à vaidade, ao orgulho, a ganância, a luxúria e a todo tipo
de paixão inferior que pode servir de isca às entidades perversas que
aguardam o seu tombo!
Ao consulente, digo:
- Por mais se sinta agraciado
pela caridade obtida pelas entidades de um médium, por favor, não crie maiores
expectativas... O médium sob sua vista é um irmão de caminhada, lutando
diariamente para ser uma pessoa melhor.... Elevá-lo a um patamar que ainda não
é de seu merecimento servirá apenas para uma maior queda e decepção de sua
parte! Saiba ser grato e reconhecido pelo esforço do companheiro,
incentivando-o sempre a continuar com seu trabalho, mas não alimente nele o
fogo das paixões que, mais rápido do que se pensa, poderá consumi-lo ainda
vivo!
E que a espiritualidade nos
conserve sempre a disposição para reconhecermos o que ainda não somos!
Leonardo Montes
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